sexta-feira, 30 de outubro de 2015

FHC, SEM MEDO DO RIDÍCULO

Por Luis Nassif

Na grande crise de 2003, a imprensa foi atrás de todos os ex-presidentes. Três deles se comportaram como ex-presidentes, chamando a opinião pública à razão. Foram eles José Sarney, Itamar Franco e Fernando Collor de Mello. Independentemente de história e linha de pensamento, comportaram-se com a responsabilidade que se exige de um ex-presidente. O único carbonário foi FHC, pequeno, mesquinho.
Não parou por aí. Sua vida pós-presidência tem sido um exercício permanente de mesquinharia, agora, aproveitando-se de uma releitura oportunista da mídia sobre seu governo – meramente devido à necessidade de se criar um contraponto ao governo Lula.
FHC tem colaborado, de forma pertinaz, para destruir sua reputação perante os observadores isentos da história. Fala pelos cotovelos, sem observar nenhuma regra mínima de conduta que se espera de um ex.
Sua última obra prima é esse primor de lógica política:
Se Dilma não conseguir as reformas, também não conseguirá governar.
A saída que tem, então, é se oferecer para o altar de sacrifícios: se o Congresso der as reformas, ela ofereceria, em troca, seu cargo de presidente, renunciando.
Com esse gesto de desprendimento, ela recuperaria sua força política, diz esse gênio da análise política.
E de que serviria recuperar, sendo ex-presidente? Provavelmente para poder participar do chá das 5 na Academia Brasileira de Letras.
Não é fácil para aliados forçar interpretações sobre a era FHC. Ele poderia facilitar a vida dos amigos e aliados não se expondo tanto assim ao ridículo.

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