terça-feira, 28 de junho de 2016

QUER DIZER QUE O “LULOPETISMO” INVENTOU A CORRUPÇÃO SISTEMÁTICA ?

Por Fernando Brito
Blog Tijolaço

Aí em cima está a reprodução da página 5 da Folha de S. Paulo de 3 de dezembro de 1993, para a qual me chamou a atenção o coleguinha Fernando Molica, autor de uma das reportagens daquela edição.

Estávamos em plena CPI do Orçamento.

Já havia uma “lista da Odebrecht”, com 350 nomes de políticos e governantes que receberiam propina da empreiteira.

Já estavam lá nomes que voltaram ao noticiário agora, como o de Geddel Vieira Lima, ministro de Michel Temer.

Já existia, claro, um Ministério Público independente, e o Dr. Rodrigo Janot já tinha nove anos por lá e era Procurador Regional em Brasília.

Como é, então, que estamos assistindo, 23 anos depois, a “descoberta” da corrupção política como se fosse a da pólvora?

A resposta, e todos os cínicos e hipócritas o sabem, é que agora há interesse político.

Da mídia, do conservadorismo e do próprio Ministério Público.

Daí a conversa fiada de que o “lulopetismo” criou a corrupção sistemática.

Sem desculpas para os petistas que se lambuzaram nela, isso é um grossa mentira, que qualquer pessoa realmente honesta não pode aceitar.

Muito menos se pode aceitar que, em nome de um combate à corrupção que nunca antes foi incentivado por uma governante, a mulher que garantiu a liberdade de investigação seja deposta por uma camarilha de políticos  enfiados até o pescoço, e há décadas, nesta imundície.

Não pode haver combate à corrupção com cinismo.

Aliás, cínísmo é uma corrupção de natureza, no mínimo, moral.

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