segunda-feira, 19 de junho de 2017

PARTEIRAS, REZADEIRAS E CURANDEIRAS

Da crônica de Antônio do Lajedinho

- Muitas pessoas ficam admiradas quando conto que a mulher que me deu aquelas palmadinhas após o nascimento, a parteira, era uma velha analfabeta, sem qualquer noção de higiene.

Foi assim comigo, em 1925, e continuou assim na década de 30 para as pessoas que não tinham recursos para pagar a um médico.

O interessante das parteiras mais antigas era o material usado para o parto: um pedaço de pano velho, mais um pedaço de cordão usado e uma tesoura sem qualquer desinfecção, e muitas folhas.

Logicamente com o uso de tais materiais dava-se, na maioria das vezes, o “mal de sete dias” (hoje sabemos que era o tétano).

Muitas daquelas parteiras eram também “rezadeiras”, principalmente as descendentes de escravos. Sempre rezavam contra o “mau olhado”, torcicolo e dores de um modo geral, inclusive dor de dentes.

Conheci uma dessas “rezadeiras”. Chamava-se Maria, mãe de Lió e avó de Clodiltes. Só a neta havia nascido de “ventre livre”.

Moravam em um casebre na Rua Manoel Vitorino e a velha havia sido escrava da família de D. Deodora, mãe de Julieta e avó de Dival, Valdir, Dete e Diva Pitombo.

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