quinta-feira, 19 de outubro de 2017

GILMAR MENDES E O TRABALHO ESCRAVO: CINISMO TOGADO

Por Fernando Brito

Gilmar Mendes não é nenhum tolinho.

Sabe que, ao abrir a boca, fala um ministro do Supremo Tribunal Federal.

E que, portanto, não tem o direito de pronunciar frases estúpidas.

Dizer que trabalha muito, exaustivamente, mas que não considera isso “trabalho escravo” é debochar da inteligência que ninguém lhe nega, conquanto nem todos o mesmo de seu caráter – vide Joaquim Barbosa.

Gilmar serve-se do direito de ser ministro do Supremo – ganhando quase 40 vezes o que um trabalhador humilde ganha – e empresário de seu Instituto de Direito Público.

Gilmar serve-se do direito de viajar mundo afora, em plenos dias úteis, para seus infidáveis seminários.

Gilmar pode chegar depois de iniciadas sessões e sair antes de encerradas, como frequentemente o faz.

Gilmar possui uma legião de auxiliares aos quais pode delegar funções que são suas.


Comparar seu “trabalho exaustivo” – inclusive o de sentar-se meses e meses a fio sobre causas como a do financiamento empresarial de campanhas – ao dos pobres viventes enfurnados em galpões ou barracões onde se encontram os ainda muitos brasileiros – e também imigrantes, como os bolivianos – só merece um nome: cinismo.

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