Por Fernando Brito
Gilmar Mendes não é nenhum tolinho.
Sabe que, ao abrir a boca, fala um ministro do Supremo
Tribunal Federal.
E que, portanto, não tem o direito de pronunciar frases
estúpidas.
Dizer que trabalha muito, exaustivamente, mas que não
considera isso “trabalho escravo” é debochar da inteligência que ninguém lhe
nega, conquanto nem todos o mesmo de seu caráter – vide Joaquim Barbosa.
Gilmar serve-se do direito de ser ministro do Supremo –
ganhando quase 40 vezes o que um trabalhador humilde ganha – e empresário de
seu Instituto de Direito Público.
Gilmar serve-se do direito de viajar mundo afora, em plenos dias
úteis, para seus infidáveis seminários.
Gilmar pode chegar depois de iniciadas sessões e sair antes
de encerradas, como frequentemente o faz.
Gilmar possui uma legião de auxiliares aos quais pode
delegar funções que são suas.
Comparar seu “trabalho exaustivo” – inclusive o de sentar-se
meses e meses a fio sobre causas como a do financiamento empresarial de
campanhas – ao dos pobres viventes enfurnados em galpões ou barracões onde se
encontram os ainda muitos brasileiros – e também imigrantes, como os bolivianos
– só merece um nome: cinismo.
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